Helmut Theodor Rohner | PORTRÄT

Repartição de lingua portuguesa


Hurra, o problema do celibato é resolvido!

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Quase dois séculos sem clero Carta de leitor para o jornal local

São Pedro era o primeiro papa. Aos discipulos e apostolos de Jesus seguiram logo como successores deles os padres e bispos. Assim a igreja tinha desde o início uma hierarquia clerical. Eis os ensinamentos que durante muitos séculos todos os catolicos receberam logo na catequése na escola primaria. Por isto a Congregação do clero em Roma aínda hoje pode afirmar: Na igreja catolica o clero e os seus poderes exclusivos pertencem à tradição que tem sua origem em Jesus mesmo. Por exemplo sempre foi claro que só um padre pode dirigir uma paróquia e celebrar a Santa Missa. Na direção da paroquia e na celebração da Missa ele não pode ser substituído ou ajudado pelos leigos.
Hoje sabemos que historicamente não foi assim. Nos prmeiros dois séculos depois de Jesus não existiam ainda clerigos que tinham poderes especiais e que fizeram do seu trabalho eclesiástico uma profissão, que dava para viver dela com a sua familia.
Antes existia uma grande diversidade na direção da comunidade e na celebração do “quebra-pão” nas casas dos fiéis.. Diversas pessoas ao lado do seu trabalho dividiam entre si as tarefas da comunidade cristã. Homens e mulheres (muitas vezes viúvas) assumiram responsabilidades na comunidade. O clerigo com seus privilégios e vivendo do seu trabalho na comunidade só apareceu na igreja cristã no tempo da tansição do segundo ao terceiro século. Se nós hoje por causa de novas nessidades (falta de padres) e novos entendimentos e acontecimentos (igualdade de todos os homens, emancipação das mulheres) queremos voltar à variedade que tinha durante os primeiros dois séculos, não estamos agindo contra uma tradição originária da igreja, mas estamos voltando à tradição mais antiga.

Teodoro em Agosto de 2020


Resistencia contra o papa no Vaticano

Carta de leitor para o jornal local

Apesar de muita resistencia contra ele no Vaticano o papa Francisco não se sente lá num posto perdido. “Se pode dizer, sinto-me solitário, porque não colabora quem deveria colaborar, porque alguém que deveria se sujar as mãos em favor do seu próximo, não o faz, porque tantos não seguem a minha linja e coisas assim.” diz o homem de 83 anos a uma agencia italiana de notícias.”Mas não sinto uma ‘solidão substancial’. Encontrei incrivelmente muita gente, que ousa algo por me, que arisca sua vida, que luta com convicção, porque sabe, que nós temos razão e que o caminho escolhido é o certo não obstante mil obstaculos e resistencias naturais.” Francamente confessa o papa que existem no Vaticano coisas feias. Tem exemplos de “chatas ações, de traição”. E brincando observa: “Os meus colaboradores não são do tipo de freiras de clausura.” Na pergunta, se tenha medo, responde:”Porque eu teria medo? Não temo consequencias para mim mesmo.” Continua o papa Francisco explicando:“Deixo-me guiar pelo meu instinto e pelo Espírito Santo, deixo-me guiar pelo amor de um povo maravilhoso, que segue a Jesus Cristo.” e ele acrescenta: “E depois eu rezo, rezo muito”.

Teodoro em Novembro de 2020


O papa escreve à toda a famiiia humana

Carta de leitor para o jornal local “Vorarlberger Nachrichten"

Anos atrás o “Foro Social Mundial”, uma parte organizada engajada socialmente da familia humana propagou também no Brasil o lema: “Um outro mundo é possível.” Acreditavam nessa frase em primeiro lugar os desfavorescidos da desordem que agora reina no mundo, os que foram feitos pobres. Com a Enciclica “Fratelli tutti” (Todos irmãos /todas irmãs) um grande e influente Global Player, o papa Francisco, se juntou a eles. Com sua fé cheia de esperança diz á todos nós: Isto não é “uma pura utopia.” Deve ser possível um mundo, no qual os homens se reconhecem como irmãos e irmãs, os conflitos são resolvidos pelo diálogo e não deixamos ninguém prá trás no caminho do desenvolvimento, mas encontramos um lugar de colaboração para cada um. Neste documento de 150 páginas Francisco nos pede de “reconhecer, estimar e amar”outros homens independentemente da sua origem e do seu lugar na sociedade numa abertura amical ao exemplo de São Francisco de Assis. Quem pensa que ele pode resolver os problemas globais depois da crise de corona com a ajuda dos velhos sistemas, está bem errado mesmo.Os interesses nacionais tem que ser subordinados globalmente ao bem-estar comun de todos.O rolo das Nações Unidas deve ser fortalecido. A guerra e o armamento como meios da política Francisco rejeita violentamente.

Teodoro no início de Outubro de 2020


A hierarquia - uma herança de Jesus?

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Caminho comun

Na Suiça existe desde 1912 a “Liga das Mulheres Católicas” que tem hoje aproximadamente 130.000 membros. Os bispos da Suiça realizam nestes anos um “Caminho comun de renovação da igreja” e querem por isso também um dialogo aprofundado com a Liga das Mulheres. Planejaram então que na próxima reunião geral deles em Setembro deste ano terá um dia inteiro de estudo em comun. Maravilhoso! 11 representantes do episcopado com 11 representantes das mulheres. Condições ótimas para um melhor entendimento mútuo. Simone, a atual presidente da Liga, sublinha que será a primeira vez na historia do país que os bispos e as mulheres juntos falarão à altura dos olhos uns dos outros das funções das mulheres na igreja durante tanto tempo. Um acontecimento verdadeiramente histórico. E só podemos esperar que os frutos também sejam extraordináriamente úteis para o futuro da igreja. Mas fica a pergunta: Vendo a posição dos bispos na hierarquia ecclesiastica podem verdadeiramente falar com as mulheres de igual à igual? O que os bispos tem que fazer para chegar à um “Caminho comun de renovação da igreja”?

Teodoro 29.6.2020


Gerda R.

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Queimamos os pecados Uma história da vida real

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30 anos atrás

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A comunidade de Poço Bonito à procura da paz

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A Igreja toda, não eu sozinho

O documento “Amoris laetitia” = “A alegria do amor” (que titulo lindo!) nos mostra de que maneira a Igreja católica deveria ser renovada conforne a vontade do Papa Francisco. Ele nos diz: Eu sozinho não posso renovar a Igreja, isto só podem todos os membros da Igreja juntos. Eu posso e quero somente encorajá-los, convidá-los e fortalecê-los. Todos são chamados a apreciar o amor no matrimônio e na família. Ninguém deve ser excluido da comunhão da Igreja. A porta é e deve sempre ficar aberta para todos. As soluções concretas dos problemas que surgem, podem e devem ser diferentes em diversas igrejas locais ou continentais e em casos individuais. Muitos católicos pensavam, que depois do Sinodo dos bispos o papa deve decidir e decretar como todos devem agir no futuro. O papa não fez assim. Ele nos indica em palavras e ações uma clara direção (rumo à misericordia com todos), mas ao mesmo tempo ele explica porque em muitas questões morais não pode existir um regulamento judicial que vale igualmente em todo o mundo católico. Em lugar de novas leis ele nos encoraja todos a agir conforme a nossa consciência, assumindo a nossa responsabilidade pessoal, sem preconceitos e com misericórdia a respeito de todos.

Pe. Teodoro Rohner , 9.4.2016


Papa deseja uma direção comunitária da Igreja

Até agora “governavam” pessoas individuais na igreja católica. Na igreja universal, o Papa, na diocese, o Bispo e na paroquia o Vigário. Isso agora há de mudar e vir a ser como era originalmente. O Concilio Vaticano II viu na igreja o povo de Deus, no qual todos estão caminhando juntos na direção do Pai. O Papa Francisco deseja que essa doutrina se torne uma realidade prática.
Numa entrevista no jornal belga de nome “Tertio” ele disse, que aspira um modelo de direção comunitária na igreja. Uma variedade de matizes seja característica para a igreja, mas nessa diversidade deve haver uma unidade. Energicamente ele se engajou para o princípio da sinodalidade, significa caminhar junto. Isso não exige um governo “de cima para baixo”, mas que as igrejas locais sejam escutadas, harmonizadas e distinguidas”. A igreja mesma se origina “da base, das comunidades, do batismo”. “Ou existe uma igreja na forma de uma piramide, na qual se faz o que Pedro diz, ou a igreja é sinodal e nela Pedro é Pedro, mas ele acompanha a igreja, deixa ela crescer e a escuta. ”
Penso que os leitores e as leitoras dificilmente conseguem imaginar como o meu coração jubila, ouvindo tais palavras da boca do Bispo de Roma!

Pe. Teodoro Rohner , Decembro 2016


“Preto ou Branco me dá medo”

Numa conversa de 90 minutos com jesuitas o papa Francisco explicou: Nos seus julgamentos morais, a igreja deveria prestar mais atenção às particulariedades dos casos individuais. Uma maneira de pensar que só leva em conta o preto e o branco lhe causa medo. Especialmente quando está ligada a uma severidade exagerada e sem uma investigação das peculariedades do caso. O papa recomenda o método de Tomás de Aquino, conforme o qual o principio geral vale para todos, mas cada pergunta, recebe tanto mais matizes, quanto mais entramos nos pormenores. “Esse metodo moral”, diz o papa, “foi usado também na Exortação Apostólica “Amoris laetitia”(A alegria do amor).
Quatro cardeais escreveram ao papa uma carta dizendo que o texto de “Amoris laetitia” não é bastante claro e pedindo que ele esclarecesse mais: se os divorciados e novamente casados podiam em certos casos ser aceitos para a comunhão ou não. O papa deixou os quatro cardeais saberem que ele não iria responder à carta deles. Então os quatro decidiram fazer publicamente as perguntas deles. Parece que eles pensavam que desta maneira pudessem forçar o papa a lhes dar uma ressposta. Mas o papa continua dizendo que o texto de Amoris loaetitia é bastante claro. O texto deste documento com a sua origem em dois sínodos não corresponde à maneira de julgar com o método preto ou branco dos séculos passados.

Pe. Teodoro Rohner , Decembro 2016


Oração eucarística

Ser um presente para os outros

Prefácio

É bom Deus, dar graças a ti,
Que com amor chamou toda a criação a existir.
Tu nos dás o sol e as estrelas,
As montanhas e as colinas,
As pedras e os minerais,
As ervas e as flores,
As onças e os leões,
As vacas e as ovelhas,
As gatas e os cachorros.
Tu nos dás também os homens.
Inteligentes e simples,
Mais e menos bonitos,
Amáveis e rudes,
Pai, mãe, irmãos, filhos, amigos,
Parentes e conhecidos.
Te agradecemos pela variedade imensa na natureza.
Pela diversidade dos indivíduos humanos.
Em ti tem sua fonte a gigantesca riqueza da nossa vida.
Aceite nosso agradecimento e nos permita cantar em teu louvor.

Santo, santo, santo, ....

Bondoso Deus,
Em teu nome e conforme tua vontade, estamos aqui reunidos
Para viver e aprofundar nossa comunhão e nossas relações.
Jesus, teu filho e nosso irmão,
Nos deu para isso um simples sinal.
Devemos partilhar pão e vinho entre nós.

Por isso te pedimos, envia teu espírito.
Que ele crie(+) por meio deste pão e deste vinho
Comunhão contigo e entre todos nós.

Lembramos aquela noite,
Na qual Jesus se sentou pela última vez com os seus à mesa.
Era uma noite cheia de insegurança e medo.
A morte violenta de antemão jogava sua sombra.
E previa que a comunidade com isso, pudesse fracassar.

Jesus tomou o pão em sua mão
Disse a benção,
Partiu o pão e o ofereceu com as palavras:
Tomai e comei.
Neste pão partido –
Meu corpo e minha vida em favor de vocês.

Depois fez o sinal aínda mais claro,
Elevou o cálice com vinho,
Repetiu a palavra da benção,
O ofereceu a todos e disse:
Tomai e bebei.
Neste calice –
Meu sangue e vida em favor de vocês –
Eterna coligação -
Culpa dispensada.
Fazei isto sempre em minha memória!

O mistério da fé.
Tua morte, Senhor, anunciamos para mantermos viva a certeza do teu amor por todos nós.

Deus Pai, teu filho Jesus se engajou mais uma vez
Em favor de relações que criam alegria e coragem.
Ele chamou as crianças, deu-lhes carinho e bênçãos.
Ele curou doentes e leprosos e possibilitou assim
O retorno deles à comunidade e na rede de relações.

Deus, é nossa certeza
As pessoas mais diferentes precisam umas das outras.
Nós somos um presente um para o outro
Não somente no caso de termos simpatia uns pelos outros.

Precisamos uns dos outros:
De uns, porque nós os amamos,
Ou porque eles nos amam;
De outros, porque devemos aprender
A vencer a distância;
De uns, porque eles questionam
A nossa vida;
De outros,
Porque eles nos confirmam;
De uns, porque eles nos conduzem
A nós mesmos;
De outros, porque nos conduzem
Aos nossos próximos;
De uns, porque eles chamam a nossa atenção
Para Deus;
De outros, porque por intermediário deles
Deus chama a nossa atenção para algo.
Precisamos uns dos outros
Nas multiplas situações da nossa vida.

Eu preciso dos outros,
Eles precisam de mim.
Os outros podem ser para mim um presente,
Eu posso ser um presente para os outros.

Deus, teu presente grande para nós é teu filho Jesus.
Tu nos deste como ensinante e maestro,
Como exemplo e acompanhante,
Como fonte de força e inspiração.
Por Cristo Jesus ti glorificamos:

Através dele, com ele e nele
A Ti Deus, bondosíssimo Pai,
Na unidade do Espirito Santo
Convém toda gloria e honra,
Agora e na eternidade.
Amém!


Olhos de Páscoa

Desejo para nós olhos de Páscoa,
que são capazes de ver
na morte a vida,
na culpa o perdão,
na separação a unidade,
nas feridas a glória,

no homem Deus,
em Deus o homem,
no Eu o Tu.

Saudação pascal 1993
Klaus Hemmerle, bispo alemão


Precisamos uns dos outros




Escutar primeiro

Cinco cardeais, entre eles o cardeal Gerhard Ludwig Müller, atual prefeito da Congregação da Fé e outros autores conservadores querem publicar no dia 1° de outubro um livro com o titulo “Permanecer na verdade do Cristo”, no qual defendem a tese, que a indissolubilidade do matrimonio seja um dogma(o que não corresponde à verdade) e que a igreja não tenha nenhuma possibilidade de mudar sua visão a respeito dos casais de segunda união; nem um concilio, muito menos um sinodo, possa revogar a exclusão deles dos sacramentos.
Quando o Cardeal Walter Kasper ouviu falar deste livro, pediu aos participantes do próximo Sinodo (entre eles se encontram também alguns casais) de não se fixarem em respostas prefabricadas, mas de tomarem desde o inicio uma atitude de escuta.
O professor Roman Siebenrock da Universidade de Innsbruck na Austria acha que o mais importante no Sinodo será escutar as famílias, os pais, as mães e as crianças com todas as suas realidades e eperanças. Partilho e recomendo esta opinião.

Pe. Teodoro Rohner
22-9-2014


Misericordia e Descentralização

O Papa Francisco já expressou várias vezes dois grandes desejos: Misericordia com os marginalizados de todo tipo e descentralização salutar a respeito do poder de decisão. Esperamos que ele consigua uma abertura nesses dois pontos no próximo Sínodo extraordinario sobre a Família que ocorrerá em outubro deste ano ou então no Sínodo ordinario em 2015. Os divorciados que se casaram novamente desejam uma solução mais humana no Brasil e em outros países. Por outro lado também as questões que se referem ao matrimonio e à família são bem diferentes nas diversas sociedades e culturas. Elas não podem ser resolvidas no mundo inteiro do mesmo jeito. Por isso seria melhor que o Sínodo pensasse e se contentasse com uma resposta geral e aberta deixando para às 114 Conferencias Episcopais, cujos presidentes participarão do próximo Sínodo, as respostas detalhadas e adaptadas às especificidades continentais, nacionais ou locais.Tal atitude seria um progresso significativo na modernização e renovação da Igreja Católica.

Padre Teodoro Rohner


Eu sou único e por isso importante

Para quem sou importante?
Soa presunçoso, mas é verdade: Sou importante para a humanidade e o mundo.

Minha parte na evolução da humanidade e do mundo é minúscula, mas única. Embora posso ser substituído por outro em muitos sentidos e em muitas situações, na minha singularidade sou insubstituível. Se eu não fosse e se eu nada fizesse, faltaria algo.

Já sou velho. / Aínda sou jovem. Mas sou único até a morte. Até mesmo depois da minha morte. Como alguém, que uma vez existiu do jeito caracteristico que ele era e que pensava, escrevia, sentia, fazia diversas coisas. É um acrescimo modestíssimo à história da humanidade. Mas um acrescimo que permanece para sempre. Inexstinguivelmente.

Ninguém se lembrará de mim para sempre. O vento extinguirá meus vestigios. Mas num ponto da evolução ficará conservada minha parte eternamente. Quando um dia não possa fazer mais nada, mas sou posso ser, mesmo assim sou importante. Também então continuo uma celula viva do universo.

Gosto da figura dos tubos se comunicandos entre si. Imagino estes tubos preenchidos em parte com o líquido do amor, que é o único importante. Cada um/ cada uma de nós pode levantar o nível do líquido embora só minimamente, mas sempre pelo seu fazer e ser. Aqui o interior é mais importante que o exterior. Também com pensamentos, orações, atitudes interiores, purificação interior podemos contribuir com a felicidade dos outros.

Tudo é dependente de tudo. Todos juntos formamos um todo. É importante colocar-se no lugar proprio. É um continuo dar e receber. A convicção da minha importancia não tem nada a ver com megalomania. Sou plenamente consciente da minha pequenez e insignificancia. Porém descisiva não é minha pequenez ou grandeza, mas sim minha singularidade.

Teodoro Rohner Cada uma / cada um pode aplicar este texto a si mesma / a si mesmo.


Dois períodos


Rosa com Rebi

Teodoro com Rebi

2012 – 2013 vivi dois períodos bem diferentes. No primeiro a situação da minha irmã Rosa se agravou constantemente e com isto também a minha vida se tornou sempre mais difícil. Minha irmã e eu, chegamos ambos diversas vezes aos limites das nossas possibilidades e forças. Junto com o filho e a filha de Rosa procuremos soluções para o futúro. Mas qual ia ser a reação de Rosa às nossas propostas? Sempre nos acompanhavam dois sentimentos opostos, a esperança e o mêdo. Sempre de novo o mêdo quis vencer a esperança. O futúro parecia tantas vezes sem saída. A minha fantasia me apresentava uma situação espantosa depois da outra como possibilidade. As vezes era para ficar doido. Para a Rosa e para mim.

Rosa mudou para uma casa de assistencia no dia 6-11-2012. Tres dias antes começou para ela, para mim e para todos os envolvidos um novo período diferente. Soluções praticáveis apareceram. Rosa nos supreendeu. Ela concordou de mudar para a casa dos velhos. E lá chegando ela começou a melhorar fisica- e psiquicamente. Quanto tempo durará esta melhora? nos perguntamos ansiosamente. Até hoje!!!
Eu queria mudar de residencia em Novembro, mas tive que esperar até os fins de Fevereiro. Um dia depois de mim procurei também a nossa velha gata e também ela se acostumou incrivelmente ligeiro no novo lugar. Este segundo período foi caracterizado por toda uma série de surpresas positivas; surpresas que nem ousamos imaginar nos nossos sonhos mais audazes.

A vivencia destes dois períodos provocou uma mudança dentro de mim.
A respeito do futúro não posso evitar que o mêdo se coloque ao lado da esperança. Ele e ela parecem um casal inseparável. Mas posso fazer uma coisa: Não preciso sofrer os males que a minha fantasia me apresenta, antes que eles se tornem realidade. Tem neste mundo bastante males reais. Não precisamos acrescentar aínda tantos males imaginários.
Espero que esta mudança tenha a sua influencia na minha vida durante muito tempo ou até a minha morte.
Pensando bem não se trata de uma atitude totalmente nova ou oposta. Antes é uma transposição de acento. Mas acredito que pode fazer bem. O vivido nos dois período também me enche de muita gratidão.
A primeira prova de fogo é o novo papa. O início do seu pontificado (pontifice significa construtor de pontes!) é cheio de sinais que podem provocar grandes esperanças para toda a igreja católica. Mas alguns amigos e amigas como também os meios de comunicação transportam informações que fazem grande mêdo que tudo seja uma doce ilusão. Decidi: Esta vez vou me alegrar e nutrir a esperança enquanto será possível de qualquer jeito. Estou consciente da possibilidade de grandes decepções. Mas as decepções terão o seu tempo. Por enquanto existem só na imaginação de alguns e no passado imaginário ou real do papa Francisco.
Talvez as imaginações desastrosas não se realizarão. E o arcebispo Jorge Mario pode mudar e aprender coisas novas vivendo o seu novo rol, pelo qual escolheu o nome de Francisco.
Conto toda esta historia porque acredito que possa ajudar também outros e outras.

Dornbirn, 18-02-2013
Pe. Teodoro



O amor de Deus

abrange tudo, todas, todos.
É sem fronteiras.
Nos é dado sem condições prévias.

É mais amplo
que todas as igrejas.
É mais amplo
que todas as religiões.
É mais amplo
que toda a humanidade.
É mais amplo que
todo o universo.

Deus ama cada uma das suas criaturas.
Ele ama toda mulher e todo homem,
toda criancinha e todo velhinho.

Não precisamos merecer Seu amor.
Ele nos é dado completamente de graça.

Em Deus tudo, que existe,
tem o seu lugar de honra.

Bendito seja o Bondoso, o Misericordioso,
o Deus do Amor e da Vida.

Deus como Mãe


Amor encarnado

Louvado seja Jesus Cristo
que nos aproximou
este Deus-Pai, este Deus-Mãe,
este Deus acima e debaixo,
no meio e dentro de nós.

Pe. Teodoro Rohner



Carta fictícia ao papa atual


Colégio Germanico-Hungárico

Praça de São Pedro


Colégio Russo

Catedral Maria Maggiore

Dornbirn, Junho 2012

Caríssimo Papa Benedito!
O senhor já está bastante velho e pouco seguro. Você com certeza gostaria de dar a sua pesada e solitária última responsabilidade por um bilião de católicos dispersos pelo mundo inteiro em mãos mais jovens.
Você certamente está farto da desagradável presidência de uma cúria romana de um comportamento que desperta a atenção dos espectadores/observadores.
Você quer, como disse na sua visita à Alemanha, a „desmundialização” da igreja e – podemos seguramente acrescentar – do Estado do Vaticano com a finalidade de dedicar-se totalmente aos assuntos espirituais.
Você gostaria de se aposentar para realizar a sua vocação e paixão própria, que consiste em escrever livros teológicos altamente inteligentes para os leitores hodiernos e futuros.
Você disse já na hora da sua eleição, que gostaria de ser um simples e humilde trabalhador na vinha do Senhor.

Para realizar tudo isto, você poderia fazer o seguinte:
  1. Aposentar-se e decretar que no futúro todos os papas com 75 anos podem deixar a sua responsabilidade pesada ou que eles sejam libertados dela.
  2. Seus sucessores devem ser eleitos por uma delegação cuidadosamente escolhida da igreja toda por um tempo limitado de cargo/função.
  3. Se tiver necessidade, a mesma delegação, que representa a totalidade da igreja, pode também revogar a eleição.
  4. Os futuros papas podem escolher sua residência oficial em qualquer país do mundo e na cidade de sua preferência.
  5. Com a aposentadoria do papa em exercício todos os seus colaboradores mais pertos dele perdem seu cargo. O novo papa pode escolher uma nova equipe de colaboradores. Esse regulamento aumentaria muitíssimo a internacionalidade e a flexibilidade viva da igreja.
  6. O Estado do Vaticano automaticamente desistiria de existir. Com isso a igreja poderia economizar as despesas da Guarda Suiça, dos cardeais, dos núncios, dos controladores das igrejas locais e de muitas outras coisas.
  7. A conservação dos enormes tesouros do Vaticano deve ser assegurada para a humanidade também no futuro. A igreja poderia se livrar deles e financiar com o lucro uma política de combate à fome e à Aids.
  8. Para diminuir a sobrecarga do papa, muitas tarefas deveriam ser delegadas a outras pessoas. A direção da igreja deveria ser descentralizada e democratizada. O Concílio Vaticano II. iniciou um desenvolvimento neste rumo, mas este deveria ser continuado conforme as exigências novas do nosso tempo, 50 anos mais tarde.
    Sínodos dos bispos na realidade não são sínodos, porque um sínodo deve representar todas as camadas do povo de Deus. Deveriam existir sínodos permanentes à nível dos continentes e das nações, que poderiam regulamentar independentemente tudo que está ao seu alcance. Se trata do assim chamado princípio de subsidiariedade, que a igreja sempre recomendou às organizações seculares, mas nunca realizou no âmbito próprio.
    Sempre de 10 a 15 anos deveria ser convocado um Concílio de “Aggiornamento” (“Hodiernização” ou Modernização“) da igreja.
Caríssimo Papa Benedito, este último ponto não está mais nas suas possibilidades. Isto seria contra a sua consciência e contra a sua interpretação do último concílio. Por isso lhe aconselho de deixar este ponto para o seu sucessor. Você tem bastante trabalho com a realização dos outros pontos antes da sua aposentadoria próxima. Se você cuidar que o seu sucessor seja eleito conforme as novas regras acima, ele será outro tipo de pessoa que provavelmente realizará reformas bem mais facilmente que você. E lá do céu, você talvez possa, vendo tudo numa nova luz, alegrar-se das reformas introduzidas por seu sucessor. Talvez você diga: Olhe, ele tem, graças ao bom Deus, a coragem que sempre me faltou! Saudações em Jesus Cristo e um abraço cordial envia

Helmut Teodoro Rohner,
também bastante velho e inseguro


Vida de Pe. Teodoro
Pelo Deus da vida fui conduzido à amplidão dos meus horizontes



Lugar de nascimento

O terçeiro filho


Familia Rohner 1953

Exame de maturidade

Africa na cabeça e no coração
Poucos anos depois que nasci, era claro para mim: Quero me tornar missionário na Africa. E no meu batismo quatro dias depois do nascimento aconteceu o seguinte: Minha madrinha queria me dedicar de maneira especial a Nossa Senhora. Mas naquele dia o altar de Nossa Senhora era ocupado pelo presépio da igreja e os reis magos já tinham chegados. De brusca resolução minha madrinha me recomendou ao rei mago que parecia vir da Africa.

Roma na Italia
Quando em 1953 comecei os estudos de filosofia e teologia na universidade dos jesuitas em Roma, contactei logo os seminaristas e padres africanos que encontrei. Fiz boas amizades, mas me espantei da maneira que estes jovens admiraram a teologia europea como a melhor que existe no mundo e não tinham consciencia que a Africa precisava de uma ou melhor de umas teologias inculturadas.

Preparação para a Russia


Ordenação diaconal.

Pimeira liturgia

Mas depois de pouco tempo Deus me abriu um caminho que para mim era totalmente novo. Até lá nunca tinha ouvido que existam padres católicos que seguem na sua vida uma das tradições ortodoxas. E fiz conhecimento do Colégio Russo que preparava padres no assim chamado “rito byzantino-slavo” para um dia trabalhar na Russia, que naquele tempo aínda era a “Unione Sovietica” comunista. Mudei de seminário e me preparei durante 6 anos para um trabalho apostólico na Russia, logo que a fronteira da “cortina de ferro” se abrisse. Estudei a lingua russa, o ateismo moderno e a vida das igrejas ortodoxas em diversos países. E deixei crescer uma barba toda. No Natal de 1959 fui ordenado padre do rito byzantino por um bispo russo. No ano seguinte, depois de terminar os estudos regulares, visitei durante duas semanas a Unione Sovietica, fiz as minhas primeiras experiencias de pastoral em Tirol e passei depois uns meses a Paris para conhecer melhor a igreja ortodoxa russa no ocidente.

Trabalho ecumenico na Finlandia


Chegada na Finlandia

Coruja mansa


Centro ecumenico

Igreja de Myllyjärvi

Mais uma vez de surpresa Deus quis me abrir novos horizontes. A Congregação que a partir de Roma cuida das igrejas católicas de tradições orientais me mandou uma carta e me perguntou, se eu tinha dificuldades insuperáveis para trabalhar na Finlandia, totalmente no norte da Europa. Nunca antes tinha pensado de trabalhar neste país. Mas dificuldades insuperáveis eu não tinha, já porque não sabia quase nada da Finlandia. Sabia que é uma terra fria, mais contra o frio existem casas bem construidas e roupas quentes. Sabia que a lingua finlandesa é extraordinariamente dificil, mas com meu talento pelas linguas não podia ser um impedimento insuperável. Até hoje conservei o conhecimento do finlandes que achei especialmente interessante exatamente porque na sua estutura se distingue muito de quase todas as outras linguas. Padre Roberto, meu “chefe”, tinha construido um pequeno Centro Ecumenico e depois de uns anos construimos juntos com a ajuda de muitos jovens de diversos países um Centro Ecumenico bem maior num novo lugar bem pitoresco. Trabalhamos com pessoas de diversas linguas, igrejas e religiões. A nossa meta era promover ou ao menos favorecer a unidade de todos os cristãos e uma boa relação entre os cristãos e os judéus. Fiquei durante 10 anos na Finlandia e fundei entre outras coisas um grupo de jovens ecumenicos. Estes tinham até o seu próprio boletim e fizeram um trabalho maravilhoso. Na capital em Helsinki ficou conservado até hoje o costume de peregrinar em Janeiro num domingo de uma igreja cristã a outra visitando assim todas as denominações.

Primeira etapa no Brasil


Jorge, Jacó, Raimundo

Procissão


13.12.1973

1974


Aniversário de Marly

Carmélia e Raimundo 1988

Único vício


Luis Lopes 94

Centro comunitário


Catequistas

Louisa, Marly, Ana


Pe. Jorge Melo

Angela e Francisco 1998


Biblioteca paroquial

Festejo de São Pedro


Lago da Pedra


Equipe paroquial 73

Equipe paroquial 79


Elisabeth

Dina


Curso

Crianças

Cade ficou o missionário? Não existia mais em mim naquela concepção que tinha como criança. Mas mesmo assim a América Latina começou a me chamar. Com as minhas relações internacionais não era difícil encontrar uma possibilidade. No começo de 1972 parti com uma finlandesa e uma inglesa ao Maranhão para trabalhar na diocése de Bacabal sob a condução de Dom Pascásio Rettler, franciscano alemão muito comprometido com os pobres da cidade e do campo. Mais uma vez um mundo bem novo se abriu diante dos meus olhos e ouvidos. Cheguei a conhecer um povo aberto e simpático, alegre e otimista, com uma fé simples, mas profunda. Um povo feliz no meio de tantas tribulações. Na paroquia de Poção de Pedras meu predecessor Frei Pascoal(capuchinho italiano) com Denise e Teresa(belgas) já tinha fundado muitas Comunidades Ecclesiais de Base(CEBs). Um antigo retor da Universidade de Recife por motivos politicos expulso do Brasil nos preparou já na Austria para o nosso futuro trabalho. Chegado lá visitamos as paroquias, os postos de saúde e os conventos dos frades e freiras para descobrir com agem os brasileiros e brasileiras do Nordeste e aqueles do Sul, os alemães e os italianos. O trabalho com as CEBs era novidade para nós, mas nos agradou muito e facilitou todo o trabalho da paroquia. Os católicos assumiran eles mesmos a vida das comunidades. Da nossa parte bastava de acompanhá-los. Uma das coisas mais gostosas e edificantes era de despertar e favorecer nas diversas pessoas as capacidades escondidas nelas. Desde o começo tentamos de aumentar a consciencia do seu valor de todos e todas. Colocamos nas primeiras reuniões umas perguntas bem simples e pedimos respostas. Os fieis responderam como era de se esperar: Nós não sabemos responder porque somos analfabetos. Voces que estudaram devem dar as respostas. Então nós logo falamos de duas escolas diferentes: a escola com bancos, livros e professores e aquela da vida. Qual destas duas escolas é mais importante? Tem professores da universidade que não conseguem conduzir uma vida boa, mas tem analfabetos que são bem sábios nos desafios da vida. A equipe paroquial diversas vezes mudou. A excepção do começo era sempre mista, brasileiros e estrangeiros, brasileiras e estrangeiras. Quem da equipe paroquial aínda hoje continua vivendo em Poção de Pedras são o Jorge, a Ana e a Marly.

Segunda etapa no Brasil


Ir. Maria dos Anjos

Ir. Izabel, Luiza Tito


Augusta e Wilsom

Paulo e Marilene


Pe. Alfredinho Kunze

Diretoria Estadual do Ceará


Sobral 1999

Ritinha

Fiz uma segunda experiencia no Brasil, esta vez sob a condução de dom Aloisio Lorscheider na arcediocése de Fortaleza/Ceará. Em São Gonçalo do Amarante não existiam CEBs o que fez o trabalho mais dependioso. Fiquei conforme o contrato com Dom Aloisio tres anos e depois ele me liberou durante dois anos e meio para a “Pastoral da Mulher Marginalizada” no Nordeste. Tentei em muitas palestras e reuniões mostrar que o problema da prostituição não é simplesmente um problema daqelas mulheres, mas de toda a sociedade exploradora. Toda a minha vida fiquei fiel à luta pela emancipação e a dignidade das mulheres assim na sociedade como na igreja.

Volta à terra de origem
Em 1987 voltei definitivamente à minha terra natal, à Austria, mais exatamente à nossa região de Vorarlberg, que se situa bem no oueste da confederação austriaca se dividindo o lago de Costança com a Suiça e a Alemanha. Mas também aqui o mundo não é mais como eu o tinha conhecido na minha infancia e juventude. Naquele tempo tinha bem claramente uma forte hegemonia da igreja católica no campo religioso e na sociedade local, uma predominação de uma população nativa do lugar que falava em cada vale um outro sotaque e na economia tinha um capitalismo bem domesticado por fortes sindicatos em cada empresa e unidos entre eles à nivel nacional. Por causa de uma forte pressão de Roma e do papa a igreja não avança mais, mas anda prá trás. Ela é bem enfraquezida e tem medo de qualquer reforma. E sem reformas não terá mais futuro. Cada ano um número significante e alarmante de católicos deixa a igreja. Tem um mosteiro do buddhismo tibetano e grupos de muitas outras religiões. Bem visivel é o grande número de muçulmanos de diversos países. A população é multicultural e fala muitas linguas, p. ex. turco. O capitalismo voltou também nos países industrializados a uma forma brutal, injusta e irracional. Diante das grandes empreses internacionais não só os sindicatos, mas também os governos dos diversos países perdem sua influencia moderativa. A politica não manda mais na economia, mas pelo contário a economia manda na politica.
Depois de voltar do Brasil, escrevi em alemão no correr do tempo numerosos cadernos para distribuir no meio dos meus amigos e amigas. Uma boa parte destes cadernos se encontra agora na minha Website: www.helmut-theodor-rohner.eu

Programa na velhice


CEB Grão de Mostarda

Com os sem-trabalho


Dia mundial de oração ecumenica

Velho-católicos


Oração interrelgiosa

Oração interrelgiosa

No começo deste ano completei 77 anos de idade. Em proporções pequenas tento de cultivar uma renovação litúrgica. Os dois acentos mais fortes no meu trabalho atual são: Não me canso de reclamar em publico certas reformas necessárias na igreja católica contra qualquer tentativa da hierarquia de impedí-las. E onde posso fortalecer o diálogo entre as diversas religiões, em primeiro lugar entre os cristãos e os muçulmanos, o faço. A minha profunda convicção é, que todos os homens e todas as mulheres deste mundo são filhos e filhas do único Deus que existe e por isso irmãos e irmãs entre si. O amor deste Deus é ativo em cada pessoa humana e por consequencia devo respeitar sua dignidade e posso aprender algo de cada uma, também no campo religioso.

Dornbirn, 15.6.2011


Helmut Rohner Possibilidade de aumentar o tamanho


Um sonho bíblico

Numa noite calma de lua cheia
Vi um sonho de uma comunidade larga como o mundo
Ela era diferente da nossa sociedade humana comun
Também diferente das nossa igrejas cristãs

Nela a variedade de grupos, serviços e talentos era tão grande
Como a variedade das flores, ervas, escaravelhos e estrelas
Na criação maravilhosa de Deus
Ou tão grande como o número das formigas no nosso querido Brasil

Mas nela não existia nem em cima nem em baixo
não tinha nem à esquerda nem à direita
Todos e todas estavam na m e s m a altura
Todos e todas se juntaram ao redor de u m centro

Não à direita os bons e à esquerda os ruins
Não em cima os homens e em baixo as mulheres
Não à direita os ordenados e à esquerda os não-ordenados
Não em cima os católicos e em baixo os protestantes
Não à direita os ricos e à esquerda os pobres
Não em cima os academicos e em baixo os analfabetos
Não à direita os Estados Unidos e à esquerda o assim chamado Terceiro Mundo
Não em cima o cristianismo e em baixo as outras religiões


Quando acordei, abri a Bíblia e constatei,
não em todos os textos, mas em passagens especialmente iluminados,
imagens que correspondiam àquilo que tinha visto no meu sonho.

Belisquei no meu braço para saber se estava acordado.

                Sim, estava acordado.
                Não sonhei mais..
                Li.
                Li a Palavra de Deus a nós homens e mulheres.
                Então gritei, cantei, pulei e dancei:
                Halleluia! Louvado seja nosso Deus!

Helmut Rohner


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Esta dramatização pode ser usada numa missa de domingo ou numa outra celebração, cujo tema é a atitude de Jesus frente as mulheres.
Infelizmente este trecho do Evangélio de São Marco é pouco conhecido.

Dramatização: A mulher com fluxo de sangue Mc 5, 24-34

Personagens: Jesus (J) os apostolos (A) e a multidão (m).
A mulher com a perda de sangue (M) e uma outra mulher (O).

M: É mesmo para desesperar!
O: O que é para se desesperar?
M: A minha doença terrível.
O: Qual é a sua doença?
M: Eu estou todo tempo perdendo sangue.
O: Você fala sobre a sua menstruação? Será que ela é irregular?
M: Não, muito pior. De vez em quando o sangue escorre durante semanas e meses.
O: Neste caso você vai sangrar até morrer.
M: Exatamente esse é o meu medo. Já estou totalmente fraca e exausta. A minha vida está definhando a cada dia.
O: Você já consultou um médico?
M: Oh, não posso nem dizer quantos médicos já me examinaran.
O: Mas isto é também desagradável.
M: É horrível. Já sofri tanto em vários médicos!
O: E tudo isto custa caro.
M: Claro. Não possuo mais nada. Tudo que tinha já gastei com médicos e remédios.
O: E melhorou pelo menos?
M: De jeito nenhum. Quanto mais tentaram me curar, mais piorei.
O: Quanto tempo já está doente?
M: Faz uma eternidade. Imagine: Tudo começou há 12 anos atrás. Estou no fim. Não posso mais. Quero morrer. (Ela geme.)

O: (Depois de um breve intervalo): Já procurou um curandeiro ou uma curandeira?
M: Também já consultei todos eles e todas elas.
O: Também não conseguiram uma cura?
M: Infelizmente não, nenhum deles, nenhuma delas.
O: Agora me veio na mente: Se você perde sempre sangue, voce não pode frequentar as nossas orações e o templo, conforme as nossas leis.
M: Claro que não. Da comunidade de oração fui excluída. Mas isto não é o pior. Tudo que toco é considerado impuro. E se uma outra pessoa toca o que eu antes tinha tocado, então ele ou ela também se tornou impuro ou impura. Sou totalmente isolada. Quase não ouso mais sair da minha casa.
O: Isto eu acho aínda pior que a própria doença, esta isolação social, esta exclusão do convívio com as outras pessoas humanas. Voce deve se sentir como uma leprosa.
M: Exatamente. Doente. Empobrecida. Exclusa. Deixada sozinha. Tudo isso abate a mente. Estou correndo o risco de me tornar depressiva.

O: Escuta! Já ouviu falar de um certo Jesus de Nazaré?
M: Sim! Me contaram muito dele. Como gostaria de encontrá-lo! Me disseram que ele pergunta aos doentes: Queres ficar bom? E quem de verdade acredita nele, diz o pessoal, ele é capaz de curar. Simplesmente tocando-o. Ou com uma palavra.
Diz-se até que ele uma vez curou um cego de nascença. Dizem que ele sarou também leprosos e os reconduziu à sociedade.
O: Nunca vi esse Jesus. Mas ouvi que ele de vez em quando passa por aqui. Porém ele circula no país todo e ninguém sabe quando e onde ele está.
M: Talvez Deus tenha compaixão com meu sofrimento. Talvez posso encontrar Jesus em breve.

m: (Um barulho se aproxima. A multidão fala e grita na afobação.)
O: Ouve o barulho?
M: Sim ouço. Alguém está chegando. Acompanhado de uma multidão.
O: Quando Jesus anda por aí, sempre o acompanha uma multidão.
M: Oh meu Deus, que sorte imensa seria, se fosse ele! Mas como faço? Não posso de jeito nenhum diante de toda a massa dizer: Eu estou perdendo sangue.
O: Não. Isto não é conveniente. Porém voce pode dizer simplesmente: Estou muito doente, peço que me cure.
M: Também prá isso não tenho bastante coragem. Como posso aproximar-me dele?
O: Vai entrando no meio da multidão.
M: Vou tentar. Mas não garanto que terei a coragem.
O: Lhe peço. Não deixe passar esta única oportunidade.Talvez seja a última.

(Jesus vem. A turma empurra as duas mulheres para o lado. Por detrás a doente tenta atingir Jesus. A amiga a encoraja e a impele um pouco. A doente toca as vestes de Jesus. Com um gesto discreto ela sinaliza à sua amiga: Sou curada.)
J: (Jesus se vira e pergunta.) Quem tocou a minha vestimenta?
A: Mestre, o senhor ve que todo mundo está lhe empurrando. E então pergunta: Quem me tocou?
J: Eu sei porque estou perguntando. Neste momento sentí sair de mim uma força especial. Alguém me tocou. Quem foi? (Com um olhar indagante olhou ao redor de si).

(A mulher doente se aproxima tremendo de medo. A turma lhe abre um espaço. A mulher se prosterna diante de Jesus e se levanta de novo. A amiga se coloca atrás dela.)
M: Peço mil desculpas, bom Jesus. No meu desespero não vi outra possibilidade do que a de tocar-lhe por trás. Fazem 12 anos que estou doente perdendo muito sangue. Me consultei com inúmeros médicos e sofri muito. Gastei todos os meus bens, mas sem resultado, pelo contrário o meu estado de saúde piorou consideravelmente. Ouvi falar sobre o senhor, Jesus, e hoje tiveocou a grande sorte de lhe encontrar.
Pensei: Se puder tocar suas vestes, serei curada. E assim aconteceu de verdade. Senti uma força que entrou em mim, que me sarou. Louvado seja Deus, que lhe deu esse dom de curar!
J: Minha filha, que bom, que crê! Sua fé lhe salvou. Vá em paz. Você está curada do seu sofrimento.

Podemos perguntar: Porque Jesus agiu de tal maneira? Dum lado ele mesmo se tornou “impuro”, porque a mulher doente o tocou. Do outro lado ele colocou aquela mulher numa situação extremamente humilhante e envergonhante diante da multidão. Ela já estava curada. Não teria sido bem mais sensível passar em silencio por cima daquilo que tinha acontecido?
Acredito que podemos responder: Jesus quiz que nunca mais uma mulher tenha que se envergonhar pelo fato de ser mulher.


Dia 6 de Janeiro de 2004
Celebração dos 70 anos do meu batismo no 44. aniversário da minha primeira missa

24-01-2004

Queridas amigas, caríssimos amigos,

Semana em favor da Unidade dos cristãos.
Amanhã ( dia 25 de janeiro, festa da conversão de São Paulo) termina a Semana de Oração pela unidade das igrejas cristãs. 35 anos atrás em Helsinki na Finlândia os „Jovens Ecumenicos“ organizaram comigo a cada dia desta semana um encontro de cristãos de diversas confissões. Hoje aqui na nossa diocése esta semana é como qualquer outra. Nada de especial acontece. Constato isto com grande tristeza no coração. Anteontem o nosso grupo „Grão de Mostarda“ participou no povoado de Frastanz de uma oração interreligiosa pela paz. Lá cantaram e rezaram muçulmanos, budistas, evangélicos(protestantes), velho-católicos e católicos juntos. Na paróquia de Frastanz tal encontro ecumenico é realizado desde 10 anos.

Ceia Aberta

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No dia 6 de Janeiro deste ano(aniversário do meu batismo e da minha primeira Missa) convidei as pessoas que pensam e trabalham mais ou menos no mesmo sentido como eu para celebrarmos juntos uma Ceia Eucarística aberta para todos os cristãos(evangélicos, ortodoxos e católicos). Compareceram umas 80 pessoas. Foi uma celebração linda e singular.

Textos bíblicos
Usamos 3 textos bíblicos.

1. Jeremias 31,31-34. Neste texto Deus nos promete,
que Ele escreve a sua lei no interior do nosso coração;
que por isso não precisamos mais de professores da nossa fé;
e que ele perdoa os nossos pecados.
Isto significa: Diante de Deus somos todos alunos, discípulos, ninguém é professor.
A aliança que eu farei com Israel depois desses dias é a seguinte –oráculo de Jahvé:
Colocarei minha lei em seu peito e a escreverei em seu coração;
eu serei o Deus deles e eles serão o meu povo.
Ninguém mais precisará ensinar seu próximo ou seu irmão, dizendo:
„Procure conhecer a Jahvé“.
Porque todos, grandes e pequenos, me conhecerão – oráculo de Jahvé.
Pois eu perdôo suas culpas e esqueço seus erros.
Jer 31,33-34

2. Carta aos Gálatas 3,28. São Paulo diz, que em Jesus Cristo as diferenças entre os homens perdem sua importáncia. Somos todos irmãos e irmãs.
Não há mais diferença entre judeu e grego,
entre escravo e homem livre,
entre homem e mulher,
pois todos vocês são um só em Jesus Cristo.
Gál 3,28

3. Evangelho de Lucas 11,45-46.52 e Mateus 23,8-10
Jesus repreende os professores da Lei de Deus por não ajudarem, mas por impedirem os fiéis a entrar no caminho certo.
Aos seus seguidores Jesus diz, que ninguém de nós é mestre, professor ou pai dos outros.
Temos um só mestre e professor(Jesus) e um só pai(o Pai no céu).
„... e todos vocês são irmãos (e irmãs)“ Mt 23,8


O tema da celebração

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Na base destes textos bíblicos o tema da nossa celebração era: Vamos construir pontes para a igualdade de valor de todas as pessoas humanas.

No meu sermão expliquei entre outras
Na igreja católica tem desde séculos uma divisão em 3 partes.
No degrau mais alto encontramos o assim chamado clero, a hierarquia, os ordenados e consagrados. Todo poder está nas suas mãos. Todos os outros devem obedece-los.
No segundo degrau estão os homens erradamente chamados de „leigos“ = os ignorantes.
Estes são tratados como ovelhas, crianças, imaturos e dependentes. Eles recebem a per- missão de trabalhar na igreja como braço prolongado do clero. Os limites em geral bem estreitos de sua competência e colaboração, são definidos conforme a vontade e o gosto ou muitas vezes o arbítrio da hierarquia.
No terceiro, mais ínfimo degrau tem as „leigas“ = as ignorantes. Estas são incapazes de ordenações ou consagrações. Conforme certos textos litúrgicos elas são puras somente sendo e permanecendo virgens. O pecaminoso e sedutivo parece ser parte integrante da natureza delas. É fortemente sublinhado que elas são „diferentes“ dos seus colegas masculinos. Estas diferenças são muito elogiadas com palavras bonitas, mas na realidade geralmente entendidas em desfavor das mulheres.
Será que estes degraus são compatíveis com a concepção de hoje do homen? Ou será que a igreja neste ponto ficou parada num passado longinquo?
Jesus disse: Voces todos, sem exceção, são irmãos e irmãs. Será que a tripartição acima corresponde a este ensinamento fundamental de Jesus?

São Pedro e sua esposa Pancrácia(nome inventado)
Para a festa de 6-1-04 criei na minha fantasia um conto de São Pedro e Santa Pancrácia:
Quando estávamos naquele dia reunidos para celebrar a Eucaristia, a porta da sala se abriu e São Pedro entrou. Todos aplaudiram com entusiasmo. “Caro São Pedro, uma vez que tu entraste na nossa roda, te pedimos de presidir a nossa celebração.“ Pedro responde: „Ao meu tempo teria feito isto com grande alegria. Mas hoje na igreja católica-romana isto infelizmente não é mais possível. Vejam, eu nunca morei num seminário menor ou maior, nunca estudei teologia numa universidade, não sou um homen solteiro e também não fui ordenado sacerdote. Mas isto lhes digo de antemão claramente: Não estou disposto a mandar anular em Roma o meu matrimônio com Pancrácia. Eu aínda a amo sempre e junto com ela criei 7 filhos. E quero logo acrescentar o seguinte: Apesar da minha idade avançada não concordo em viver daqui em diante com a minha Pancrácia como irmão e irmã.“ Depois desta explicação fomos obrigados a dizer a São Pedro: “Estamos entendendo que na igreja católica-romana de hoje tu és um candidato incapaz para se tornar padre, mais incapaz aínda para o cargo de bispo, e desesperadamente incapaz para o cargo de papa. Os obstáculos para ser ordenado ou consagrado são no teu caso somente um pouco menores que no caso análogo de uma mulher.“(Esta última constatação tenha sido talvez um pouco exagerada).

Orações
As preces e orações da Missa dividimos entre os presentes. A invocação do Espírito Santo sobre os dons e as palavras da Última Ceia rezamos todos juntos.
A oração que Jesus ensinou aos seus discípulos iniciamos com as palavras: Mãe nossa, Pai nosso, que estais no céu.

O ponto central da comunidade na sala de reunião
No meio de nossa roda teve em lugar do altar uma ponte. Jesus(o pontifex = o construtor de pontes) une tudo e todos. Os dons eucarísticos foram colocados na ponte. Na hora do ofertório e na hora da consagração uma mãe católica levantou o pão e uma mãe evangélica o cálice.

A communhão
Todos/todas que queriam participar do Pão da Vida e do Cálice da Salvação podiam fazê-lo. Também todas as crianças, independentes da sua idade, se os pais delas o queriam. Na igreja católica oriental, na qual fui ordenado sacerdote, as crianças são aceitas para a comunhão a partir do seu batismo.

Interpretações dos Evangelhos
Depois da Última Ceia Jesus disse aos membros da Igreja Primitiva ou seja da Primeira Comunidade Cristã de Base reunidos ao redor dele: Fazei isto em minha memória! O poder e a obrigação de celebrar sempre de novo aquilo que Jesus celebrou naquela hora Ele confiou à primeira comunidade cristã .Esta interpretação, bastante diferente daquela tradicional que me ensinaram no curso de teologia em Roma, poderia resolver muitos problemas da igreja de hoje.
Acredito que esta interpretação corresponda melhor do que a tradicional aos textos,que nos Evangelhos tratam da Última Ceia. Mesmo assim não afirmo que ela seja a certa ou a única certa. Mas acredito que esteja na hora de debatê-la com liberdade e seriedade. Pode ser que o Espírito Santo queira nos dizer pela grande falta de padres do tipo que as autoridades eclesiásticas de Roma exigem, que certas interpretações tradicionais da vontade e das ações de Jesus não sejam exatas.
Talvez também o grande esforço ecumênico entre as confissões cristãs e entre as religiões do mundo não avance com o ímpeto que Deus quer, porque ficamos presos em interpreta- ções dos Evangelhos que tem nada ou pouco a ver com a amplidão do amor divino.

Velho subversivo
Voces veem, que com os meus 70 anos de idade não perdi aínda a minha fé e coragem „subversiva“. Mas me acho em boa companhia. Muitas palavras de Jesus eram „subversivas“ diante dos olhos das autoridades religiosas do seu tempo e o cântico mais famoso de Maria Santíssima, o Magnificat, parecia subversivo demais até para o grande profeta Dom Helder Camara. Num dos seus textos ele tentou amenizar a radicalidade das palavras da Mãe de Jesus, porque ele achou que Deus não devia ir tão longe a ponto de deixar os ricos „sem nada“.


Lembranças

Olhar retrospetivo sobre o ano 2006 (.pdf 68 kB)


Olhar retrospetivo sobre o ano 2007 (.pdf 68 kB)


Meu (nosso) caminho ecumenico das diversas confissões às diversas religiões

2004: Ceia aberta

No dia 6 de Janeiro de 2004 (meu aniversário de batismo e de primeira missa) convoquei as pessoas que pensam e trabalham mais ou menos no mesmo sentido como eu para celebrarmos juntos uma Ceia Eucarística aberta para todos os cristãos (evangélicos, ortodoxos e católicos). Compareceram umas 80 pessoas. Era uma celebração linda e singular.

2009: Uma celebração eucarística ecumenica de tipo especial

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Mais de 100 cristãos: católicos, velho-católicos e luteranos celebraram em Dornbirn no dia 2 de Janeiro de 2009 (75. aniversário do meu nascimento) uma Ceia do Senhor ecumenica. Animadores/ -as das diversas igrejas coordenaram a ceremónia, mais ninguém dos ordenados, que estiveram presentes, presidiram a celebração.

Quais dos problemas hodiernos da igreja católica seriam desta maneira bem resolvidos?
1. Todas as comunidades poderiam celebrar a Eucaristia sempre quando quiserem.
2. Os padres não deveriam cuidar de mais de uma paroquia.
3. Os cristãos de todas as confissões poderiam se reunir a qualquer momento ao redor da mesa eucarística para celebrarem juntos.

A partir de Jesus como tais celbrações poderiam ser justificadas?
1. Uma preocupação fundamental de Jesus foi a dignidade e o valor iguais de todas as filhas e filhos de Deus.
2. „Fazei isto em memória de mim!“ Esta ordem/encargo/missão/pedido/tarefa Jesus dirigiu à comunidade original, que se encontrara diante dele e não aos participantes como indivíduos. Cada comunidade cristã que ia se formar mais tarde terá que cumprir esta tarefa. Ela tem não só a licença de fazê-lo, mais a obrigação. Ninguém tem o direito de proibir tais celebrações. A respeito do tamanho de uma comunidade eucarística não existem prescrições.

2009: Pelegrinação ecuménica

Na segunda feira de Páscoa (13.4.09) participaram umas 50 pessoas de uma pelegrinação de uma igreja à outra na cidade de Feldkirch (residencia do nosso bispo). Iniciamos na igreja ortodoxa, porque conforme o calendário deles os fieis ortodoxos naquele dia começaram a Semana Santa. Continuamos na Catedral católica para seguir depois a uma das igrejas independentes(livres) e para terminar na igreja luterana.

2009:

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Celebração do meu 50. aniversário de ordenação sacerdotal com um culto internacional, interconfissional e interreligoso, aberto a toda pessoa humana.


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Ideias de reforma

Uma sociedade sem prisões
Penso que não deveríamos de antemão rejeitar o pensamento de uma sociedade sem prisões como uma utopia irrealisável. Melhor seria fazer uma tentativa neste rumo e observar até que ponto podemos chegar. A nossa mentalidade é aínda fixada demais nos pensamentos de castigo, desforra e até vingança. As prisões com certeza não são os lugares mais aptos para melhorar o comportamento dos transgressores da lei. Muitas vezes conduzem ao contrário.
Uns anos atrás no povoado de Goetzis uma mulher casada fuzilou na cama seu marido, porque este era doente de alcool e como tal atormentava e maltratava ela e as crianças durante varios anos. Ela foi presa e as crianças foram colocadas em asilos. Com estas medidas o mal e o sofrimento foram aumentadas. Também no meio do povo o juizo era bastante geral: Esta mulher fez um homicídio. Mas ela não representa nenhum perigo para qualquer outra pessoa. Na ocasião de tais acontecimentos poderiamos ao meu ver iniciar a nossa marcha rumo a uma sociedade sem prisões.

Entendo que existem pessoas que tem que ser tomadas sob custódia, porque não são capazes de dominar suas agressões e por isso são perigosas para os outros. Tal custódia é realizada em clinicas como também em prisões. Mas a atitude fundamental nas clínicas é de acompanhar e curar tais pessoas. O pessoal cuida destas pessoas e faz tudo para que possam se sentir bem. Nas prisões a atitude fundamental é outra. Lá o pessoal faz sentir aos internados a dureza da sanção penal, porque é disto que se espera a correção deles.

Diaconos femininos
Nas igrejas ortodoxas a exclusäo das mulheres de todos os oficios eclesiasticos e liturgicos é bem mais rigorosa aínda que na igreja católica. Por isso é especialmente interessante e simpático que agora partes da igreja ortodoxa da Grécia pensam em introduzir de novo a função do diaconato feminino. As pessoas que são em favor desta reintrodução acreditam que este propósito possa ser realizado também sem o consentimento das igrejas ortodoxas de outros países, porque não se trata da criação de um novo ministério. Eles são convencidos que no passado já existiam diaconos femininos na igreja.

Superação de uma antiga cisão
Na igreja católica e nas igrejas ortodoxas existe já desde séculos o ensinamento, que tenha dois tipos diferentes de pessoas humanas na igreja: os clerigos e os leigos. Quem recebeu a ordenação sacerdotal se distingue – conforme esta doutrina – essencialmente dos fiéis, que no batismo e na confirmação se tornaram participantes do sacerdócio universal. Os primeiros são os pastores e os outros as ovelhas; uns são os pais e os outros as crianças; uns podem dar ordens e os outros tem que obedecer. Jesus disse que entre os discipulos e as discipulas dele exista só um pai, só um mestre, só um professor, todos os outros (e todas as outras) são irmãos (e irmãs).

Uma reforma litúrgica nas igrejas ortodoxas
As igrejas ortodoxas são justificadamentes orgulhosas de sua vida liturgica maravilhosa. Mas também lá teria varias coisas que deveriam ser reformadas. Por isso pode causar muita alegria que o metropolita Serafim Joanta da igreja romeno-ortodoxa numa palestra sobre “A Ortodoxia e os tempos modernos” em 2010 reclamou uma renovação da vida liturgica. Ele sublinhou especialmente os pontos seguintes: Nas celebrações precisa usar a lingua do povo. (Isto não acontece em todos os países.)
O ensino liturgico deve ser reforçado para garantir um melhor entendimento e uma participação mais consciente do povo. Muito importante é o retorno ao costume dos primeiros séculos, quando a oração eucarística foi recitada a alta voz. (Hoje em dia os celebrantes rezam esta oração eucaristica silenciosamente enquanto o povo escuta os cantos do coro.)
Também é bom que os fiéis se acostumem de novo a receber a Santa Comunhão em intervalos regulares. (Hoje em dia a maioria dos fiéis comunga muito raramente.)
As diversas igrejas ortodoxas devem sintonizar seus calendários liturgicos ao menos em relação ás festas fixas. (As diversas igrejas ortodoxas seguem calendários diferentes.)
Metropolita Serafim diz, que tudo isto exige uma renovação liturgica. Mas ele lamenta que até agora nenhuma das igrejas ortodoxas dos diversos países tenha tido a coragem de realizar tal renovação. Elas tem medo de divisões internas. ( No passado varias igrejas ortodoxas fizeram neste sentido experiencias chatas.) Mas o conselho do metropolita é: Precisa ensinar os fiéis que eles não devem valorizar exageradamente as formas externas em detrimento do conteúdo. “A letra mata, o Espírito dá vida.”


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Atuais tomadas de posição

Há muitos anos Pe. Teodoro tem costume de publicar a sua opinião a respeito de perguntas religiosas tratadas nos jornais da região de Vorarlberg/Austria em forma de cartas de leitor. Segue aqui uma uma escolha de tais tomadas de posição.


O amor ilimitado de Deus, 01-12-2010

Muitos anos atrás o padre capuchinho suiço Irmão Walbert Bühlmann escreveu um importante livrinho com o titulo: “A volta à amplidão de Deus”. Agora saiu sobre o mesmo assunto um outro livro, aínda mais precioso e profundo do monge beneditino austriaco David Steindl-Rast com o titulo: “Credo. Uma fé que une a todos e todas.” O autor, que agora tem 85 anos, pensou e meditou este tema durante toda a sua vida e trabalhou uns decennios para encontrar uma expressão simples e ao mesmo tempo muito densa da sua fé. Os leitores/ as leitoras podem colher um fruto maduro e integrá-lo na sua vida de fé cristã em benefício do bem-estar de toda a humanidade e de uma paz entre todas as religiões.


A Boa Nova, 31-12-2010

Na sua carta de leitor neste fim de ano o sr. Josef. A. Schmid escreveu: “Aqui tem a ruptura: Jesus pregou o Deus justo e paterno, a igreja pelo contrário propagou o Deus da raiva e da condenação eterna.” A respeito disto quero dizer: Ameaçando o inferno por causa de cada “pecado mortal” a igreja durante séculos transformou a Boa Nova de Jesus em parte numa Nova do Mau ou Nova ameaçador. Mas estes tempos se foram. Hoje em dia na teologia, no ensino religioso e na maioria das pregações se proclama um Deus amável, paterno e misericordioso. Eu mesmo escrevi um texto que começa com as seguintes palavras: “O amor de Deus abrange tudo, ele é sem limites e sem condições prévias. Ele é mais vasto que todas as igrejas. Mais amplo que todas as religiões. Mas vasto que toda a humanidade. Mas amplo que todo o universo. Deus ama cada ser que ele criou. Ele ama cada mulher, cada homen, cada criança e cada velhinho.” Muitos católicos, ortodoxos, luteranos e velho-católicos atestam que este texto lhes causa intima satisfação.


Grito de socorro, 13-01-2011

O ano passado na Austria o numero daqueles que deixaram a igreja católica aumentou assustadoramente. O cardeal Schönborn de Vienna explicou isto em parte pela nova liberdade dos fiéis, ou seja pela transição do cristianismo de tradição ao cristianismo de decisão. Os pedidos de renovação, disse ele, ficam em cima da mesa. A preocupação principal tem que ser sempre a questão de Deus. A respeito disto quero dizer: Se os católicos usam a sua nova liberdade em primeiro lugar para sair da igreja, então com isto eles lançam uma especie de um grito de socorro aos portadores das decisões: Assim como até agora não pode mais continuar! Não se pode mais adiar as reformas exigidas com o pretexto que a igreja universal aínda não seja madura para isto. Na realidade não é a igreja mundial, mas a curia romana, que impede toda renovação. Estou de acordo que a questão de Deus tem que ocupar sempre o primeiro lugar. Mas quais são as consequencias que a hierarquia tira da questão de Deus para o tratamento das pessoas humanas na igreja? Será que uma das conclusões é que Deus ama as mulheres menos do que os homens? Ou outra que os padres que se namoram e ficam fiéis a este amor, contraem um pecado grave? Ou outra aínda que Deus exige das lesbas e homosexuais uma vida asexual? Ou que Deus castiga as pessoas que fracassaram no matrimonio e fazem uma nova tentativa? Será que é também uma conclusão da questão de Deus, que ninguém pode julgar as decisões do papa por causa do seu oficio e que ele possa, como aconteceu no caso de João Paulo II. a respeito da ordenação das mulheres, proibir a todos os católicos, quer dizer a todos os bispos, todos os professores e todos os fiéis, de continuar a falar sobre este assunto discutido.


Aproveitar a oportunidade, 02-02-2011

O Concílio Vaticano II. não prescreveu o uso da lingua materna na liturgia, mas sómente deu a licença de usá-la às igrejas locais que acharam que o povo seja maduro para isto. Mas quando o concílio deu luz verde para esta renovação, num só instante todas as diocéses ao redor do mundo inteiro se sentiam maduras. A mesma coisa poderia acontecer, se Roma desse luz verde para a admissão de homens casados para a ordenação sacerdotal. Faz poucos dias que oito politicos bem conhecidos e católicos do partido popular do Sul da Alemanha pediram à Conferencia Episcopal da Alemanha de fazer uma tentativa de conseguir do papa durante sua próxima visita em Setembro deste ano ou depois nesta questão um regulamento excepcional para a Alemanha. Os bispos alemães logo ficaram com medo pensando que o papa não ia gostar da proposta. Eles não tiveram a coragem de aproveitar desta oportunidade no seu interesse próprio o no interesse da igreja mundial. Do ponto de vista da fé até “Roma” há tempo tinha que confessar que não exista impedimento.


Fora com as estruturas antiquadas! 07-03-2011

144 teologos e teologas de lingua alema assinaram um “Manifesto” em favor de reformas necessárias na igreja católica. (Aviso: Mais tarde o número dos assinantes se duplicou aínda.) “A igreja tem que entender os sinais dos tempos(esim. a saída de tão grande número de fiéis no ano passado) e deve se livrar de estruturas ossificadas para readquirir nova força de vida e credibilidade.“ Como desafios conretos menciona esta turma tão grande de professores universitários entre outros: Participação ativa dos fiéis na nomeação de vigarios e bispos. Co-responsabilidade dos leigos na direção das paróquias organizada de maneira democrática. Acesso de homens casados e mulheres à todos os oficios eclesiasticos. Nenhuma exclusão de lesbas, homosexuais e casados pela segunda vez. Anuncio bíblico da Boa Nova da liberdade. Experiencias e expressões hodiernas como também situações concretas de vida dos fiéis de hoje devem encontrar seu lugar na liturgia. Depois de um ano de crise na nossa latitude cada terceiro teologo pensa que “2011 deve se tornar um ano de ressurgimento na igreja!” A igreja nao deve entorpecer no seu tradicionalismo.


Perdão, 13-02-2011

Hoje no sermão de domingo ouvi-o de novo: O perdão de Deus e o nosso perdão são ligados intimamente.(Isto é certo.) Se voce perdoa, também Deus lhe dá o seu perdão. Se voce não perdoa, então nem Deus lhe perdoa. Esta última frase não combina com a noção ou a imagem que tenho de Deus. Considero impossível que o Deus misericordioso tome a medida do seu perdão na capacidade de perdoar limitada e fraca de nós homens. O Deus dos cristãos, o Pai de Jesus Cristo, nos ama para que também nós nos tornemos capaces de amar. Ele nos perdoa para tornar também nós capaces de perdoar. Para a vida cristã a base de tudo é a experiencia do amor e do perdão de Deus. Sem esta experiencia seriamos incapaces de amar e de perdoar. Esta explicação combina bem com o pedido do Pai Nosso: Perdoai nos as nossa ofensas assim como também nós perdoamos os nossos devedores.


Poder do amor – amor ao poder, 13-03-2011

É verdade o que Josef A. Schmid escreve numa de suas últimas cartas de leitor: “Todos os funcionários de estruturas de poder querem subtrahir-se da responsabilidade. O poder corrompe o carater dos homens, eles se tornam mentirosos e hipócritas, até assassinos,...” Parece-me que Jesus viu a coisa da mesma maneira. Por isso ele condenou o amor ao poder e elogiou o poder do amor. Nós cristãos somos chamados a agir do mesmo jeito.


Liberdade de opinião, sim, mas. 26-03-2011

Agradeco ao sr. Wilhelm Peschitz pela sua breve e gentil carta de leitor. Liberdade de opinião como o sr. entende tal liberdade, existe na sociedade austríaca, mas infelizmente não na igreja romalais-católica. Se eu como vigário aposentado proclamo publicamente uma opinião, que os meus superiores eclesiasticos julgam ser “não-católica” ou “não bastante católica”, nämä katsovat, että heillä on o direito ou, conforme as circumstancias, até a obrigação de me castigar e de me fechar a boca. Isto não vale só no caso de importantes questões de fé, mas também no caso de prescrições jurídicas ou disciplinares.


Desenvolvimento da igreja, prá onde? 04-03-2011

O meu bispo Elmar e eu somos unanimes, que na nossa discussão não se trata em primeiro lugar de nós dois, mas de duas imagens diferentes da igreja. A igreja de hoje é em grand parte do jeito que Jesus quis ou não? Quais as reformas das quais necessita a igreja católica dos nossos dias? Qual a direção na qual a igreja deveria desenvolver-se? Nestas questões não só o bispo Elmar e eu nos distinguimos, mas milhares de católicos? Eis porque eu acho que estas perguntas precisa tratar na igreja toda numa ampla e aberta discussão sem restrições do lado da hierarquia. Muitos leitores acham que quase sempre estou “criticando” algo. Mas na realidade persigo positivamente e com entusiamo uma visão de uma igreja no espírito de Jesus profundamente renovada e grande amiga dos homens de todo tipo. Critico só porque acredito que a igreja atual poderia responder muito melhor à vontade de Deus. Constato nela uma cegueira e um medo desnecessários. Gostaria de reforçar a esperança que “um outro mundo é possível”, mas que também “uma outra igreja é possível”.


Renovação – hierarquia – disciplina, 15-03-2011

Pe. Bernhard Kaufmann (membro da irmandade de São Pedro) sublinha: „Na igreja católica não se realizou nunca nenhuma reforma autentica contra a hierarquia ou contra a disciplina.....” Ele tem razão. Mas qualquer reforma conheceu uma fase preparatória e não oficial na base da igreja. Primeiro exemplo: Antes do Concílio Vaticano II. existia uma grande quantidade de movimentos de reforma, p.e. o movimento liturgico, o movimento bíblico, o movimento dos leigos, o movimento ecumenico. Da parte da direção da igreja estes movimentos não eram bem-vindos, mas apenas tolerados. Sempre de novo estes movimentos avançaram o tanto que podiam e, em geral, um pouco mais, até que a hierarquia os chamava de volta. Um certo tempo se deixaram então restringir para depois avançar de novo. E nunca desistiram. E vejam, o Concílio reconheceu-os com alegria e se mostrou grato do precioso trabalho preparador realizado por todos estes movimentos. O grande successo do Concílio não teria sido possível sem esta preparação na base.
Segundo exemplo: Reformas importantes se realizaram na igreja católica muitas vezes pela fundação do novas congregações religiosas. À estas a igreja sempre deu um período de formação e de prova durante alguns anos. Primeiro elas podiam experimentar o seu novo estilo de vida, e só depois que escreveram uma regra foi iniciado o processo de recognição oficial.
Terceiro exemplo: Paavali e Barnabas começaram seu trabalho em comun por fazer a sua primeira viagem de missão e seguiram nessa sua “missão dos pagãos” simplesmente as inspirações do Espírito. Sómente com estas experiencias na sua bagagem subiram à Jerusalem, para receber para a sua praxe o consentimento e a benção dos apóstolos, do como bem conservador conhecido “irmão do Senhor” Jacó e da comunidade primitiva dos cristãos.


Abertura ecumenica, 27-03-2011

Nos meados de Março celebrou-se numa igreja católica de Bregenz a missa de enterro de um empresário velho-católico largamente conhecido. A igreja estava cheia de gente. A maioria dos fiéis presentes pertenciam à igreja católico-romana. Conforme a atitude aberta da igreja velho-católica o celebrante convidou “todos os batizados” a participar da santa comunhão. Ele se admirou quando 99 % dos presentes se alegraram deste convite e o aceitaram com satisfação. Este acontecimento mostra que o povo da igreja católico-romana pratica uma abertura ecumenica maior do que aquela oficialmente permitida.